BIOGRAPHY
Manuela Gouveia

Manuela Gouveia nasceu no Porto. Desde muito cedo, manifesta grande talento para a música. Aos cinco anos de idade, dá o seu primeiro recital de piano e começa a estudar com Helena de Sá e Costa. Aos 12, apresenta-se pela primeira vez com orquestra. Na classe desta eminente professora e pianista portuguesa obtém aos 18 anos de idade, no Conservatório de Música do Porto, o diploma superior de piano com a mais alta classificação.

Depois, frequenta a classe de virtuosidade do Prof. Conrad Hansen na Staatliche Hochschule für Musik de Hamburgo, onde obtém o diploma final com a máxima distinção. Ao longo da sua formação estuda também na Áustria, Reino Unido, Itália e Alemanha com Jörg Demus, Alfred Brendel, Paul Badura-Skoda, Vlado Perlemuter, Karl Engel e Wilhelm Kempff.

Recebe numerosos prémios e distinções em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente no Concurso Internacional de Palma de Maiorca, Concurso Luso-Brasileiro (Portugal) e os prémios “Guilhermina Suggia” (Lisboa) e “Orquestra Sinfónica do Porto”.

Apresentou-se com várias orquestras e maestros europeus como Silva Pereira, Manuel Ivo Cruz, Álvaro Cassuto, Gunther Arglebe, A. Salazar, Ferreira Lobo, Marcel Dautremer, Henri Arends, E. van Remmortel, Nicholas Harsanyi, Ulysse Waterlot e Rudolf Baumgartner.

As suas numerosas actuações, tanto a solo como com orquestra e agrupamentos de câmara com músicos de renome internacional, são aclamadas pela crítica e em grande parte transmitidas pela rádio e televisão. No seu vasto repertório, que abrange obras do período barroco ao contemporâneo, têm lugar de destaque as obras de compositores portugueses, à divulgação das quais se tem dedicado especialmente. Alguns dos seus CDs, com obras destes compositores, são primeiras edições mundiais.

É especialmente apreciada pelas suas masterclasses e convidada regularmente para participar em Festivais Internacionais. Na sua atividade pedagógica dedica especial atenção à interpretação de Bach, Mozart e Beethoven cujas obras teve o privilégio de trabalhar com Helena de Sá e Costa, Wilhelm Kempff e Paul Badura-Skoda.

Em 1993, foi agraciada com a Medalha de Mérito da República Portuguesa pela sua representação de Portugal no estrangeiro. Desde 1996, é membro fundador e presidente da Associação de Cursos Internacionais (ACIM) de Óbidos.

Leccionou no Conservatório de Música e na Escola Superior de Música do Porto e no Conservatório de Música de Bonn (Alemanha). Até 2011, foi professora na Escola Superior de Música da Catalunha, em Barcelona (Espanha), cidade onde continua a dar Master Classes regularmente.

Primeiro contacto com o piano?
Cresci numa família de músicos. O piano fazia parte não só do mobiliário, mas sobretudo da vida da família. O contacto com o piano foi tão natural que não me lembro como aconteceu. Comecei a ter lições aos 5 anos com a professora Maria Cândida de Azevedo. Meio ano depois, passei a ter aulas com a pianista Helena Costa, da qual fui aluna e amiga durante toda a sua vida.

Como chegou à conclusão que queria ser pianista?
Quando entrei para o Conservatório de Música do Porto, ao mesmo tempo que iniciei o liceu, comecei a sentir a importância da musica na minha vida. Creio que por volta dos 12 anos, depois de ter tocado com orquestra pela primeira vez, soube que a minha profissão se encaminhava para a música e para o piano.

Conselho para um/uma jovem pianista no dia do concerto?
Conhecer bem o instrumento e as condições acústicas do local do concerto. Criar as condições físicas que permitam uma ótima concentração musical e tocar com gosto.

Compositores favoritos e os que mais gosta de interpretar?
Os que mais aprecio são sempre aqueles cuja música no momento trabalho, para preparação dos meus programas. J. S. Bach é sempre o meu preferido, a qualquer momento.

Episódio que lhe aconteceu durante um concerto?
Um dos conselhos que dou aos meus alunos é saberem adaptar-se a qualquer situação na altura de tocar em público. Em Portugal, já há muitos anos, lembro-me de ter tocado um recital inteiro sentada em cima duma resma de listas telefónicas, por falta de banco do piano…